Discografia

Eu e Ela (2016)

 

Mais do que um encontro de gerações, este álbum oferece ao público o registro do trabalho fecundo e constante de um compositor que dedicou sua vida inteira à construção de uma obra que respeita e embeleza nossa música. Obra esta interpretada magistralmente por uma cantora da maior qualidade. Idealizado e baseado em carinho e respeito mútuos, este álbum traz pura beleza na voz de Daniella Alcarpe, pura beleza na música e poesia de Joel Damasceno. Uma verdadeira declaração de amor à música popular brasileira.

Músicas

 

O Tempo Salta (2013)

 

O tempo que salta é o tempo de dentro. De repente, num dado momento, a gente compreende a vida, este mistério, naquele lugar entre a mente e o coracão, que só o tempo conhece. E a gente agradece tudo o que viveu e vive com mais tolerância, mais amor, mais compaixão.

Este CD reúne canções que, de alguma forma, traduzem os tempos pelos quais a gente passa. Tempos de dor, de dúvida, de pouco entendimento. E tempos de amor, de contemplacão, de serenidade. Belos tempos, tempos de gratidão.

Músicas

 
  1. Acho (Carlos Careqa)

    Acho que fiz meia música pra você
    Aceita minha meia música
    Desculpa o meu vexame
    De fazer meia música pra você

    Acho que fiz meio amor com você
    Aceita meu amor ao meio
    Meu sonho de sedutor
    De fazer meio amor com você

    Acho que quero ser meio de você
    Metade da metade
    Da super felicidade
    Do meio que provoca o teu prazer

    Acho que meio amigo seu eu vou ser
    Aceita meia amizade
    O resto é banalidade
    Meio amigos é o que podemos ter

    Música, amor
    Música, amor
    Amizade, felicidade
    Amizade, felicidade
    Prazer em conhecer
    Prazer em conhecer
    Música

  2. Lágrima de Amor (Tiê Alves)

    Não há nada que oriente
    O meu pensamento vão
    Nem a lua e as estrelas
    Olhos cegos guiarão
    O colírio da paisagem
    Seca a faca amola o chão
    Dos teus olhos de serpente
    Escondi meu coração

    E a beleza não perdura
    Só o tempo que durar
    O amor que agora esqueço
    Mal acaba de chegar
    Quando a solidão vacila
    Chove o riso, nasce a flor
    Canto um tango,
    esfaqueio essa lágrima de amor

    Não há nada que me salve
    Desse amor de cabaré
    Nem um beijo de novela
    Bem-me-quer ou mal-me-quer
    Me transformo em um bicho
    Jogo fora toda dor
    Canto um tango,
    esfaqueio essa lágrima de amor

    E o que antes era vidro
    Diamante se tornou
    Não sou mais sentimental
    Aprendi com minha dor
    Quando a solidão vacila
    Chove o riso, nasce a flor
    Canto um tango,
    esfaqueio essa lágrima de amor

    Arranca a pele
    Unha-tambor
    Canção desesperada eu sou
    Engole a garganta
    Pisa na flor
    Sozinho nesse filme de amor

  3. Chorando em 2001 (Chico Mello / Carlos Careqa)

    sei de cor
    aquilo que não sei
    o mundo não tá acabando não
    não vou ficar chorando
    no fundo tá começando assim
    que nem choro de gente
    que nem choro de João
    chorando em 2001
    chorando em 2001
    chorando

    quem fala: ouve, não escuta tá
    não vê que estou cantando
    a morte e fria, feia e não discuta vá
    fazendo outros planos
    o seu Antonio viu que vem a chuva
    pra horta florescer
    que sem a água
    não fazia vida
    que nem choro de João
    que não fazia sol na despedida
    do choro
    da vida
    dos planos
    da gente
    do mundo

    chorando em 2001
    chorando em lugar nenhum
    chorando pra nenhum
    chorando, chorando em 2001

    se o choro é bom então eu choro quando
    só não falo com ninguém
    o tudo nada desafinando o sol
    sabendo eu nada sei
    no fim do mundo sei que sempre tem um tal
    sorrindo pra ser ninguém
    sem ter lugar no trem

    chorando em 2001
    chorando em 2001
    chorando em 2001
    chorando

  4. Novamente (Fred Martins / Alexandre Lemos)

    Me disse vai embora, eu não fui
    Você não dá valor ao que possui
    Enquanto sofre, o coração intui
    Que ao mesmo tempo que magoa o tempo
    O tempo flui
    E assim o sangue corre em cada veia
    O vento brinca com os grãos de areia
    Poetas cortejando a branca luz
    E ao mesmo tempo que machuca o tempo me passeia

    Quem sabe o que se dá em mim?
    Quem sabe o que será de nós?
    O tempo que antecipa o fim
    Também desata os nós
    Quem sabe soletrar adeus
    Sem lágrimas, nenhuma dor
    Os pássaros atrás do sol
    As dunas de poeira
    O céu de anil no pólo sul
    A dinamite no paiol
    Não há limite no anormal
    É que nem sempre o amor
    É tão azul

    A música preenche sua falta
    Motivo dessa solidão sem fim
    Se alinham pontos negros de nós dois
    E arriscam uma fuga contra o tempo
    O tempo salta

  5. Trem das Cores (Caetano Veloso)

    A franja da encosta cor de laranja
    Capim rosa-chá
    O mel desses olhos luz,
    mel de cor ímpar

    O ouro ainda não bem verde da serra
    A prata do trem
    A lua e a estrela
    Anel de turquesa

    Os átomos todos dançam, madruga
    Reluz neblina
    Crianças cor de romã entram no vagão

    O oliva da nuvem chumbo ficando pra trás da manhã
    E a seda azul do papel que envolve a maçã

    As casas tão verde e rosa que vão passando ao nos ver passar
    Os dois lados da janela
    E aquela num tom de azul quase inexistente, azul que não há
    Azul que é pura memória de algum lugar

    Teu cabelo preto, explícito objeto
    Castanhos lábios
    Ou, pra ser exato,lábios cor de açaí

    E aqui, trem das cores, sábios projetos:
    Tocar na Central
    E o céu de um azul celeste celestial

  6. Choro (Kleber Albuquerque)

    Quando caio
    Quando caio eu me machuco
    Quando me machuco eu choro com direito de chorar
    E se eu choro
    Choro com direito
    Eu choro
    Só que quanto mais eu choro mais demoro a levantar

    E se eu choro e me demoro
    E não levanto
    Fico sentado chorando
    E vou deixando de brincar

    Então eu lembro que a vida é brincadeira
    Vivo sem eira nem beira
    Eu gosto muito de brincar

    Aí levanto e já começo a correria
    É tanta gente no meio dessa folia
    É pega-pega, é corre-corre, é capoeira,
    É tanta gente no meio dessa zoeira

  7. Passarim (Zé de Riba)

    Andaram falando mal de mim
    Sem motivo e sem razão
    Porque eu ando feliz assim
    Feito passarim em chuva de verão

    Andaram falando mal de mim
    Sem motivo e sem razão
    Porque eu ando feliz assim
    Feito passarim em chuva de verão

    Então vou dar o motivo e a razão
    É que meu coração está sendo amado
    Não tenho tempo de prestar muito atenção
    Em coração que anda desocupado

  8. Canção de Desmeninar (Douglas Germano)

    Dorme meu herói do morro.
    Teu berço sem forro vai te acalentar.
    Corre Boi da cara preta.
    Não basta careta pra te assustar.
    Essa gruta espanta Cuca,
    que dirá Bicho papão e Saci,
    tem medo de alçapão.

    Dorme que estás mais seguro
    por trás deste muro que num carrossel.
    Dorme que teu sono apaga o limite duro
    entre inferno e céu.
    Dorme o teu sono à-toa,
    aproveita pra sonhar.
    Pesadelo mesmo, é despertar.

  9. Realmente (João Marcondes)

    Anoitece calmo na favela
    Na janela logo ela
    A mais bela do lugar
    Musa estonteante
    Tem a sina de viver a esperar

    Ouve equidistante os peregrinos do trabalho
    Maus meninos, um boemeo a dedilhar
    Malicionsamente um samba antigo
    Que acabara de lembrar

    Tudo vira e gira treme e passa
    Movimenta os poucos quadros
    Da parede sem pintar
    Sei lá, reza pra chegar
    Sei lá se o amor existe
    Ou simplesmente já não há

    Por entre as ruas desse mundo
    Entre as curvas de outros corpos
    Em conversar por aí
    Ela realmente alí parada
    Aparenta se exibir

    Quando bem de longe avista o homem
    Se perfuma toda e some
    As cortinas vão fechar
    Logo o hemisfério vai sentir
    Dama da noite pelo ar

  10. Véu (Joca Freire / Daniel Borges)

    Não bem assim, mas ao seu jeito
    Despediu-se do seu homem
    Que jogou o barco ao mar

    Ele jurou que voltaria
    A vida dela foi passando
    Com o vestido de pano
    E o coração no imenso mar

    Dia a dia a esperar
    Naquela praia quem passava
    Perguntava: “quem é ela
    sempre em frente a vigiar?”

    Não demorou e alguma gente
    Com seu jeito impertinente
    Ia à praia pra zombar
    Fazendo choça da garota
    Apelidaram-na de “noiva
    que com o mar se fez casar”

    Os caranguejos a imitavam
    Dando voltas a seu lado
    Esperando o ano passar

    Não houve asilo, nem hospício,
    Hospital ou sacrifício
    Que tirasse ela de lá

    Seu cabelo embranqueceu
    E feito um véu desvaneceu
    Até a morte ir lá buscar

    E quem zombava
    Hoje em dia acredita
    Que a moça lá da praia
    Espera junto de Iemanjá

    E que assim às vezes bate uma saudade
    Ela passeia pela praia
    Quando é noite de luar

  11. Obrigado (Lucy Casas)

    Deus me deu, Deus me deu, Deus me deu
    Vida que Deus me deu
    Obrigada

    Deus me deu, Deus me deu, Deus me deu
    Vida que Deus me deu
    Obrigada

    Eu vejo anjo pra todo lado

    Eu tô no céu, você também
    Verdade é,
    Tem sempre alguém que está por perto
    E salva pátria,
    Lava a alma e estende a mão

Dinda - single (2013)

 

Num desses encontros do destino, Daniella Alcarpe conheceu ''Dinda'', uma linda canção de Joel Damasceno, e topou defendê-la no Botucanto, Festival de Musica Popular Brasileira em Botucatu. Não deu outra: primeirissimo lugar!

Este é o single de ''Dinda'', uma primeira amostra desta união musical que é mais do que um encontro de gerações: é música bem feita, música que respeita nossas tradições e cultura, música que é pura beleza e pura doçura. Este single é uma prévia do CD parceria entre Daniella e Joel.

Joel Damasceno tem estrada na música popular brasileira. Violonista, cantor e compositor, já aos 18 anos, frequentava o famoso João Sebastian Bar, na Rua Major Sertório, São Paulo, na qualidade de músico, mostrando suas composições ao público e à seleta turma de músicos que ali comparecia. Eram os anos 60!

O tempo passou, compositor e composições foram crescendo e amadurecendo. A vida levou Joel para o interior de São Paulo e o trovador mudou de palco: dos bares para os festivais, no exato momento em que os Festivais de MPB traziam ao público os talentos nascidos de uma fantástica efervescência cultural, quem sabe até uma das fases mais ricas da música brasileira. O resultado da participação de Joel foi um sucesso atrás do outro: de 1972 a 1986, o interior de São Paulo conheceu o que São Paulo já sabia: Joel Damasceno era um compositor talentosíssimo e a prova vinha com os prêmios que acompanhavam suas apresentações.

O que este compositor, tão celebrado nos anos 70 e 80 andou criando nestes últimos 25 anos?

É isso que Daniella Alcarpe se dispôs a descobrir. Porque sua paixão é a música popular brasileira e um de seus objetivos como artista é revelar, através de sua excelente interpretação e talento vocal, as pérolas poéticas e musicais ainda desconhecidas do grande público.

Músicas

 
  1. Dinda (Joel Damasceno)

    Queria que a verdade fosse como um fruto
    que a gente alcançasse à qualquer minuto
    fosse como um doce
    e que terna fosse que me iluminasse
    como a luz da tarde que o azul me trouxe

    Queria que meu barco se fizesse ao largo
    se soltasse ao vento
    que não fosse amargo nem magoasse tanto
    que plantasse auroras de contentamento
    como a paz lá fora apaziguando um canto

    Felicidade mora logo atrás do muro
    ali onde os namorados se enrolam no escuro
    ali onde a noite cai dos claros do estrelado
    ali se abre um corpo em fogo ensolarado

    Ela se faz de tonta e ele se faz de burro
    “meu amor te amo” “meu amor eu juro”
    “meu amor promete” “ meu amor me deixa”
    no final de contas fazem no chão duro

    Queria um só momento essa tranqüilidade
    que se vê nas folhas balançando ao vento
    quando o vento mexe
    remexendo as flores sol raiando em cores
    no girando gira de algum catavento

    Eu só queria Dinda um adeus ainda
    das morenas lindas no final da festa
    quando eu for embora
    pra seguir cantando um último chorinho
    dar um abraço em todas prá seguir sozinho

    Queria ser alpinista pra escalar teu corpo
    e me perder de vista na rosa dos ventos
    eu só queria um dia da tua geografia
    ao sul do teu umbigo depravado e amigo

    Ao norte eu colheria em teu pomar os figos
    de aplacar meu sonho de acalmar a sanha
    e ser o seu amor com muito ardor e manha
    nas manhãs de fogo sobre tuas montanhas

Qué que cê qué? (2009)

 

Voltada quase que exclusivamente ao estudo e interpretação da música popular brasileira, Daniella tem como principais referências o trabalho de Carmen Miranda, Elis Regina, Isaura Garcia e Maria Betânia, além de Cartola, Assis Valente, Adoniran Barbosa, Chico Buarque, Dorival Caymmi, Vinicius de Moraes e Tom Jobim.

Sob estas influências, em seu primeiro disco solo, "Qué que cê qué?", Daniella interpreta composições inéditas em ritmos de samba, baião, frevo e choro. A escolha do repertório teve como critérios a qualidade poética das letras, a riqueza melódica de cada obra e claro, sua identificação pessoal, adicionando a cada peça uma interpretação plena de cuidados e talento.

As canções assinadas por Carlos Careqa, uma das quais dá nome ao CD, Dimitri Bentok, João Marcondes, Joca Freire, Lucy Casas e Zé de Riba, têm arranjos e produção musical de João Marcondes.

A estética musical do CD busca uma sonoridade original, trazendo novos elementos musicais aos já consagrados ritmos brasileiros, em arranjos que utilizam violão de 7 cordas, violão de corda de aço, violão de corda de nylon, guitarra fretless, guitarra semi-acústica, bandolim, cavaquinho, percussões, flauta transversal, trombone, saxofone, teclado e baixo.

Músicas

 
  1. Qué que cê Qué? (Carlos Careqa)

    Você não entende de sexo
    Você não entende de nada
    Você não entende de anjo
    Você não entende de fada
    Qué que cê qué?
    Qué que cê qué comigo?
    Você agora quer ser
    Meu amigo!
    Você não entende de sonho
    Você não entende de farra
    Você não entende de vinho
    Você não entende de barra
    Qué que cê qué...
    Tua vida tá mal
    Teus amigos sumiram
    Você não tá no jornal
    Oque cê diz é mentira
    Qué que cê qué...
    Você só anda torto
    Você não tem namorada
    Você é um vivo morto
    Você é um pá virada
    Qué que cê qué...
    Vê se chega pra lá
    Com esse olhar de vampiro
    Vê se arranja um lugar
    Eme deixa tranquila
    Qué que cê qué?
    Qué que cê qué comigo?
    Você agora quer ser
    Meu amigo!

  2. Vestidim (Zé de Riba)

    A madrinha fez um vestido de chita pra mim
    A madrinha fez um vestido de chita pra mim
    Eu fui à missa de domingo
    Vestida no meu vestidim
    Quando dei fé, um rapaz piscando assim
    Quando dei fé, um rapaz piscando assim
    Era o meu vestidim
    Era o meu vestidim
    O meu vestidim era todo floreado
    Parecia até um quadro de Van Gogh para mim
    Era tão lindim, tinha um babado de lado
    Atrás era decotado, foi presente do meu padrim
    Eu tinha quatorze anos conheci esse rapaz
    Eu tinha quatorze anos conheci esse rapaz
    Que se apaixonou por mim
    E por meu vestidim
    E namoramos muito tempo
    Que chegamos ao casamento
    E na lua de mel
    Fui vestida no meu vestidim
    Quando era noite na hora de dormir
    Era ele quem tirava o meu lindo vestidim

  3. Não tenho culpa se você não sabe sambar (Zé de Riba)

    Não tenho culpa se você não sabe sambar
    Se pelo menos você aprendesse o miudinho
    Que é um samba fino que fica no calcanhar
    Você me deixa assim
    Numa situação
    Não dança jazz nem baião
    Ainda põe culpa em mim
    Aprenda o miudinho acabe com a solidão
    O samba é um santo remédio pro coração

  4. Meu querido Santo Antônio (Carlos Careqa)

    Meu querido Santo Antonio
    Me arranja um amor
    Meu bonzinho São Toninho
    Me dá uma colher de chá
    Meu coração pequenininho
    Já não agüenta mais sofrer
    Meu querido Santo Antonio
    Vem aqui me socorrer
    Abre bem os meus olhos
    Seca a minha ambição
    Mostra-me o que é bonito
    Sem me dar perturbação
    Deixa que eu sinta o vento
    Soprar em minha direção
    Me concede essa graça
    Me dá a tua proteção
    Tô saindo de fininho
    Que é pra não lhe incomodar
    Mas não esquece seu Toninho
    Uma maneira de ajudar
    Sei que fui um sonhador
    Sei que fui um tafetá
    Hoje quero bem mansinho
    Alguém pra me acompanhar

  5. Cantiga Antiga (Dimitri Bentok)

    Não venha me dizer que se cansou
    Da vida e das canções que eu te dou
    Tudo porque você cresceu
    Enquanto eu cantava assim
    Não venha cá tutu marambá
    Não venha cá
    E a cantiga que embalava o seu coração
    Agora parece dizer
    Palavras antigas sem graça pra nós
    Encantos, espantos, palhaços sem voz
    Mil sonhos perdidos num mundo real
    De que valeriam no seu carnaval?
    E se a vida então te convidar
    A mais uma ilusão abandonar
    E aquela rua tão sem cor
    Hoje ilumina a minha dor
    E eu nem sabia ladrilhar
    Eu nem sabia
    Serão estrelas decadentes a pousar no chão
    Não são vaga-lumes neon
    Nem chuva de prata
    Nem poças de mel
    São cacos de vidro que caem do céu
    Mil dias seguintes
    Passando por mês
    E o tempo acordando e brincando com você

  6. Outros tempos (Joca Freire e João Marcondes)

    Que noite linda
    Eu ia descendo a ladeira
    A cidade inteira
    Era um mar de alegria
    Gente na praça
    Fazendo folia, cantando
    As estrelas brilhando
    Me lembravam o seu olhar
    Parecia carnavais
    De outros tempos
    Pierrôs e colombinas
    Namoravam ao luar
    Versos recitados
    Com amor
    E sentimento
    Por um cirandeiro a passar
    Tanta felicidade despertou
    Que a vida fez sentido outra vez
    Quando a luz do poste voltou
    A cidade entristeceu mais uma vez

  7. Mais um conselho (Zé de Riba)

    Cuidado com que você vai fazer
    Pra não sofrer mais tarde
    Cuidado com que você vai fazer
    Pra não sofrer mais tarde
    Pare, pense um pouco, reflita
    Que as coisas não se resolvem assim
    Ninguém vive de briga
    Melhor é acalmar
    A vida é tão bonita
    É só conversar
    Puxa a cadeira, senta
    Deixa o temporal passar
    O amor é um cinema
    Um filme de Almodóvar

  8. Canção do Colo (Lucy Casas)

    Não canto o sabiá nem o jasmim
    Só penso no tempo infindo do quando eu vim
    Do meu Brasil que já não é só luz e coqueiro
    Nem trigueiro nem de mim
    Mas mesmo assim, é tão grande a saudade
    Que a alegria pede licença, vai entardecer
    Evolto pra essas ruas minhas gentes
    De amores diferentes, tão sinceros, tão presentes
    Evivo toda a graça, a simpatia,
    Ocondão, a maravilha desse colo que é o Brasil
    Brasil meu amor, minha saudade
    Brasil, só queria te abraçar

  9. Caradum cara do outro (Zé de Riba)

    Todo bicho tem a cara de Deus
    Deus é sabido também sabe assoviar
    Ocachorro late o macaco assovia
    Eu vi o tatu bola paquerando uma cotia
    Vixe Maria, Deus é todo popular
    O repentista que vem lá de Nova York
    Chegou afirmar que Deus é bom de bola
    E na escola aprendeu a multiplicar
    Na geografia, aprendeu a navegar
    eea
    eeeeea
    Graças a Deus a gente fala toda hora
    Parece até sanduíche e Coca-Cola
    Graças a Deus a gente fala toda hora
    Parece até sanduíche e Coca-Cola
    Deus não é moço também sabe escutar
    E não é moço também sabe escutar
    eea
    eeeeea
    Também falaram que ele é masculino
    É feminino no jeito de pensar
    Eterno, barroco, moderno
    Toca baião e heavy metal sem parar
    Também falaram que ele é pai solteiro
    Negro, índio, metalúrgico, brasileiro
    Tem três filhos, mora na periferia
    E vende cachorro quente lá na freguesia
    eea
    eeeeea
    Todo bicho tem a cara de Deus
    Deus é sabido também sabe assoviar
    Eterno, barroco, moderno
    Toca baião e heavy metal sem parar

  10. Somos todos irmãos (Lucy Casas)

    Somos todos irmãos
    De quem?
    Somos todos irmãos
    De quem?
    Todo mundo é igual perante a lei
    Todo mundo é igual na biologia
    Todo mundo é igual hoje em dia
    Todo mundo é igual, isso eu já sei
    Mas que tem diferença, isso tem
    Mas que tem diferença, isso tem
    Vira o jogo Mane! Muda de vida!
    Vende o Carro e anda a pé
    Vira o jogo Mane! Muda de vida!
    Vende o Carro e anda a pé
    Como é que fica, Mané?
    Como é que fica, Maria?
    Como é que fica (o) Mané?
    Como é que fica (a) Maria?
    Como que fica?
    O que é que fica?

Ouça agora!

 

Com o objetivo de divulgar o máximo possível o trabalho da cantora, este site permite o download total e gratuito de todas as músicas do CD Qué que cê qué?. Para baixar o conteúdo agora, é só preencher o formulário abaixo. Usaremos o seu e-mail apenas para enviar as novidades sobre a Daniella